Se não restam dúvidas de que o sonho de consumo do momento são as TVs gigantes e esbeltas que todos querem pendurar na parede da sala para ver a novela, os jogos de futebol ou um filminho pra lá de especial, a grande pergunta passa a ser qual delas comprar. A questão principal, quase existencial, é: plasma ou LCD? Você sabe as diferenças entre uma e outra tecnologia de telas? Não se preocupe – o Acidez Mental explica!
Para começar, um pouco de história. A maioria das pessoas acha que as telas de plasma são mais modernas. De fato, mas a diferença é bem menor do que se imagina, e ambas as tecnologias são conhecidas há tempos. Segundo a Wikipedia, o primeiro LCD operacional data de 1963, enquanto o plasma foi inventado um ano depois, em 1964 – mas a primeira TV baseada na tecnologia é bem mais recente, de 1997.
Qual é a diferença?
Tecnicamente, a diferença fundamental entre os dois tipos de tela é que as de plasma emitem luz individualmente em cada ponto da tela, graças a “células” de gás neon e xenônio, enquanto o brilho de uma TV de LCD depende do famoso “backlight”, uma fonte de iluminação posicionada atrás da tela e que consome mais energia que o próprio painel. Quem tem um Palm ou equivalente sabe o que é isso: sem o backlight, o LCD torna-se bem difícil de enxergar.
Em ambos os casos, cada pontinho da tela, ou pixel (contração de picture element, como nas fotos digitais), é composto por três “subpixels” agrupados: um vermelho, um verde e um azul, as componentes do sistema RGB (red, green, blue). Nos LCDs, o cristal líquido que lhe dá o nome (LCD=Liquid Crystal Display) controla a passagem de luz – ambiente, nos reflexivos, do backlight, nos transmissivos, e ambas, nos transflectivos – em cada um dos subpixels.
Tá, entendi, mas em qual eu coloco meu dinheiro?
Depende. No estado atual de desenvolvimento, cada tecnologia tem prós e contras bem definidos. O LCD pode ser mais econômico no longo prazo. Primeiro, porque consome menos energia do que o plasma – a diferença entre um LCD de 40 polegadas e um plasma de 42 pode chegar a 26%, segundo testes realizados pelo site especializado Call for Help. O curioso é que a diferença varia de acordo com a imagem, pois o LCD tem consumo constante enquanto o plasma gasta mais para exibir cenas claras do que para as escuras.
Mas o mais grave nem é isso: o plasma tem manutenção mais cara e está sujeito ao temido efeito “burn-in”, que pode “queimar” na tela imagens estáticas exibidas por muito tempo, como as logomarcas das emissoras de TV ou a interface gráfica dos games, para quem joga na TV. Os plasmas mais novos têm recursos para reduzir o problema, seja deslocando levemente essas imagens de tempos em tempos ou acionando freqüentemente um protetor de tela, seja por meio de um comando que pinta a tela toda de cores sólidas para “limpar” as sujeiras deixadas pela programação normal.
Qualidade da imagem também divide opiniões
O plasma recupera a vantagem no quesito ângulo de visão. Como sabe qualquer um que já tenha tentado bisbilhotar o trabalho de um companheiro de viagem de avião no notebook dele, olhar para uma tela de LCD em diagonal não dá resultados muito bons. Para um monitor de computador isso não importa tanto, pois costumamos estar diretamente à frente dele. Já numa TV, que deve ser vista por gente nas duas pontas do sofá, isso pode se tornar um problema. Os LCDs modernos melhoraram muito, mas é bom conferir o ângulo de visão nas especificações ou numa loja antes de comprar.
Os plasmas também saem na frente no contraste (apesar de os números divulgados por alguns fabricantes serem altamente questionáveis, às vezes medidos sem a camada frontal de vidro da televisão) e produzem pretos mais pretos que os do LCD, meio acinzentados. Os LCDs costumam ter mais brilho que os plasmas, tornando-se mais adequados para ambientes muito claros, mas de modo geral, a reprodução de cores dos plasmas é mais ampla e precisa.
Já quando o assunto é resolução, a definição das imagens na tela, a vantagem passa para os LCDs. Sua tecnologia, a mesma dos monitores de computador (os fininhos, claro), é capaz de exibir muito mais pontinhos e com maior precisão. Em parte por conta disso, as TVs de LCD atualmente disponíveis são quase todas prontas para a televisão de alta-definição (HDTV), enquanto os plasmas mais baratos, por mais que se digam “preparados para HDTV” não são capazes de atingir a resolução que as transmissões do futuro prevêem. Em muitos casos, “preparados” significa apenas que conseguirão converter os sinais de HDTV para a resolução (inferior) que conseguem exibir. E você não vai querer trocar de TV de novo antes da próxima Copa, vai?
E os projetores, valem a pena?
Estes correm por fora da briga entre plasma e LCD e, de um componente caro de hometheaters de luxo, tornaram-se a opção mais barata para quem quer uma imagem gigante na parede da sala. Com preços abaixo de R$ 3 mil para os modelos mais simples, ganham disparado das TVs de pendurar na parede e são capazes de projetar imagens de mais de cem polegadas.
O problema é que, à exceção do modelos mais caros, sua luminosidade é insuficiente para produzir uma boa imagem em uma sala iluminada. Com jogos no meio do dia e à tarde, o projetor só fará sentido se você puder bloquear totalmente a entrada de luz por janelas e portas e tiver um sistema de refrigeração que não faça a torcida (ou o projetor, que esquenta bastante) morrer de calor.
Um projetor também não funciona como TV sem ajuda externa, pois não possui sintonizador e raramente tem alto-falantes decentes. Assim, ele deve, obrigatoriamente, ser ligado ao receptor de TV por assinatura (ou ao aparelho de DVD, caso você odeie futebol e vá passar a Copa inteira vendo filmes) e a um receiver de hometheater com suas próprias caixas de som.